És da equipa que sente desejo de comer algo doce ao longo do dia ou depois das refeições?
Às vezes qualquer coisa serve, mas a equipa do “chocolatinho” ou da nata com o café é muito grande e representa uma fatia significativa dos nossos amigos e conhecidos.
A nutricionista Ana Paula Gonçalves da Silva, ativa no Hospital e Maternidade São Cristóvão (São Paulo – Brasil) afirma que essa é uma necessidade frequente do corpo e esclarece a razão. De acordo com os seus estudos, quando fazemos uma refeição mais composta (normalmente almoço e jantar), esses alimentos demoram mais tempo a ser processados, e por isso podemos não sentir a saciedade rapidamente.
Mas também, e talvez mais preponderante, é a reação que acontece no corpo após uma refeição com maiores quantidades de hidratos de carbono:
“(…) muitos de nós temos o que chamamos de Hipoglicemia Reativa – um estado de baixa de açúcar no sangue, consequência de uma liberação excessiva de insulina (hormona produzida pelo pâncreas, responsável por transportar a glicose do sangue para o interior das células). Quando isso acontece, o cérebro aciona a necessidade de glicose na corrente sanguínea e vem o desejo do famoso docinho.”, explica a nutricionista.
Ana Paula ressalta que a glicose tem um papel muito importante no nosso organismo, especialmente no cérebro, e que os alimentos doces, quando consumidos em quantidades razoáveis, não são necessariamente vilões. A glicose dá também uma sensação de prazer e felicidade, por mexer com os nossos neurotransmissores – como a dopamina e a serotonina, e por isso é capaz de alterar mesmo o nosso estado de espírito. Isso explica a necessidade que muitas vezes sentimos.
Agora que já compreendes a razão, torna-se mais fácil encontrar o melhor caminho, certo? A nutricionista Ana Paula deixa algumas dicas:
- Consome com regularidade alimentos estratégicos como aveia, banana, maçã, canela, castanhas e grãos: por norma ajudam a diminuir a vontade de comer doces;
- Avança devagar: se estás habituado a comer doces todos os dias, experimenta reduzir gradualmente para que o teu organismo se possa adaptar aos poucos. A ausência imediatista vai fazer muita falta e pode causar o efeito contrário: depois de alguns dias de “sucesso”, estares a consumir ainda mais do que antes;
- Faz substituições na ementa: ao invés de uma sobremesa cheia de açúcar ou produtos industrializados, opta por frutas frescas ou secas após o almoço. Escolhe as mais doces, como tâmaras, e reduz gradualmente de acordo com a tua adaptação;
- Ainda assim não estás a resistir? A fruta não satisfaz? Substitui! Por exemplo, ao invés de comeres um gelado de natas/leite/chocolate, escolhe a opção de frutas, e ao invés de uma sobremesa normal, escolhe uma opção light, como de gelatina e pudim.
- Se todas as opções anteriores não resultarem, experimenta trocar ingredientes e tenta outras opções para adoçar. Se estiveres a fazer uma sobremesa ou bolo, podes substituir o açúcar branco por uma quantidade muito menor de açúcar mascavado ou mel, por exemplo, ou adicionar frutas na receita para enriquecer o sabor.
Experimenta estas técnicas aliadas ao exercício físico regular e os resultados serão ainda mais rápidos e visíveis.
O Team CityGym está sempre pronto a ajudar. Bons treinos e refeições!
Artigo adaptado de “Docinho depois do almoço? Nutricionista explica por que temos essa vontade e ensina a saciá-la sem sair da dieta.”, do Diário do Aço